A preocupação dos pais em relação ao novo coronavírus tem aumentado a cada dia, diante das incertezas e das notícias que circulam entre nós. Afinal, como esse vírus se manifesta nas crianças? O que podemos fazer para protegê-las?

 O que é coronavírus ?

Trata-se de uma família de vírus que causa de resfriados à diarreias. O novo foi descoberto na China, o SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19. Ele provoca uma infecção respiratória com sintomas que se parecem com os da gripe. Sabemos que 80% são casos leves, porém, 20% dos casos evolui para uma forma mais grave. A taxa de letalidade é considerada baixa, cerca de 2 a 3%. Em idosos e pessoas com doenças crônicas, essa taxa pode chegar a 14,5%. Precisamos proteger esse grupo de maior risco.

Como o coronavírus se transmite?

Acredita-se que a transmissão deste novo coronavírus ocorra principalmente pelo contato com uma pessoa infectada, através de gotículas de secreções respiratórias geradas quando a pessoa tosse, espirra, ou por gotículas de saliva ou secreção nasal. O contágio ocorre quando outra pessoa respira essas gotículas ou encosta em uma superfície contaminada e leva a mão a uma mucosa – olhos, boca e nariz.

Ainda não se determinou o tempo de sobrevida deste novo coronavírus em ambientes e objetos.

O período de incubação (tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem desde a infecção) é de aproximadamente 5 dias, apesar de termos descrições de casos com até 2 semanas. É preciso um contato próximo, de menos de um metro, para contrair o agente. Estima-se que uma pessoa consiga transmitir o vírus para outras 3. 

Quais os sintomas?

Principalmente tosse e febre (raramente dores no corpo) e, nos quadros mais severos, insuficiência respiratória e cansaço. Nas crianças, segundo pesquisas na China, os sintomas mais comuns são tosse, congestão nasal, diarreia e dor de cabeça. Poucas têm febre, muitas não têm nenhum sintoma e, quando tem, se recuperam em uma ou duas semanas. Mas de a criança manifestar esses sintomas não deve ser motivo para se apavorar. A recomendação é entrar em contato com o pediatra, sem pânico.

O que muito preocupa é a capacidade do vírus se espalhar através das crianças. Elas se infectam mais, por conviverem juntas em escolinha, compartilharem objetos, levarem brinquedos à boca. Elas são parte importante da cadeia de transmissão, uma vez que a maior parte das infectadas não apresenta sintomas, mas pode passar o vírus para outras faixas etárias.

Diagnóstico

O quadro clínico é inespecífico, similar ao encontrado em infecções causadas por outros vírus respiratórios, como influenza, vírus sincicial respiratório, etc, não havendo até o momento identificação de achados clínicos que sejam exclusivos desta infecção.

De acordo com o Ministério da Saúde, deve-se fazer o teste  para coronavirus através da coleta de amostras do trato respiratório pessoas com quadro suspeito (sintomas e relação com os países com casos de transmissão local, ou seja, que viajaram para lá ou tiveram contato com alguém que viajou e adoeceu). O teste não é recomendado para pessoas sem sintomas.

Prevenção

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, ou usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Ficar em casa quando estiver doente;
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
  • Evitar aglomerações;
  • Importante: o uso de vitamina C ou outras vitaminas não evita a infecção pelo coronavírus;
  • O Ministério da Saúde já recomenda a redução do contato social para diminuir as chances de transmissão do vírus. Em algumas regiões, como São Paulo e Rio de Janeiro, também orienta a redução dos deslocamentos para o trabalho e a adoção de medidas como home-office, horários alternativos, reuniões virtuais e cancelamento de viagens; 
  • Vacina: a vacina contra a gripe não protege contra o coronavírus. Porém, esta vacina é de extrema importância para a prevenção da gripe e para evitar confusões já que os sintomas são muito parecidos com os do Covid-19.

Tratamento

Não há tratamento específico, sendo recomendado repouso e hidratação, uso de medicamentos para dor e febre. As pessoas com quadros leves devem permanecer em isolamento domiciliar, com atenção aos sinais de piora como dificuldade para respirar.

Recomendação final: evite o pronto-socorro se a criança apresenta sintomas leves, sem febre. Consulte antes seu médico de referência se possível. A prioridade neste momento é evitar a sobrecarga dos serviços de saúde, garantindo acesso aos mais necessitados.

Sem pânico, vamos ajudando uns aos outros. Compartilhe o conteúdo e fique atento às recomendações das autoridades!

Nos próximos dias teremos mais informações aqui sobre o novo coronavírus.

Abraços

Dra Mariana Manini